segunda-feira, 24 de março de 2008



#$p%u#t#a@q$u%e&p$a#r$i%u


Não tem coisa que me deixe mais fula da vida do que falta de educação. #$p%u#t#a@q$u%e&p$a#r$i%u, isso não custa $$, não exige classe social, nem requer escolaridade. Por que tem gente que insiste em ser insolente e mal-educado?

Sábado presenciei uma cena que me deixou muito furiosa... Vocês sabem né, baixinha tem fama de ser briguenta, mas eu juro que desta vez eu tentei resolver amistosamente as coisas antes de tudo, mas não adiantou nem um pouquinho. O cara estava obstinado. Acho que ele acordou neste dia pensando: "- Vou arrumar confusão com uma baixinha no supermercado." E o pior que conseguiu.

Eis que eu após uma luta ferrenha para conseguir fazer minha comprinhas e aproveitar a visita dos meus pais para economizar o dinheiro do táxi - vale ressaltar que era sábado de Aleluia, e 99% da população novo-hamburguense resolveu fazer compras também - minha progenitora e eu resolvemos entrar na fila do caixa.

Para minha surpresa, a fila estava super organizada no corredor dos enlatados, uma fila única conduzia para dois caixas diferentes e as pessoas, super bem-humoradas apesar do cansaço visível se arranjaram de forma a permitir que os demais consumidores que percorriam o mercado conseguissem chegar até os produtos expostos nas prateleiras.
40 minutos de espera, 321654651 trocadas de pernas de apoio e algumas risadas com o menino do carrinho de trás, que estava super ansioso com a chegada do Coelhinho da Páscoa eis que um sujeito metido a bombador, fura a fila!!! Que repulsivo!

Mas a Srta.que vos fala resolveu explicar cordialmente ao rapaz que o final da fila ficava há uns 30 carrinhos atrás. O que ele respondeu? "- Tá e daí?" Ahhhh... Tá e daí??? #$p%u#t#a@q$u%e&p$a#r$i%u!!! Meu sangue ferveu e no exato momento eu cresci uns 30 centímetros de tanta raiva que senti. Mas como sou uma moça educada respondi cordialmente ao transgressor: "- E daí que tem pessoas nesta fila que tem o dobro da tua idade e estão há quase uma hora na fila". Neste exato momento sentia o olhar protetor da minha mãe e ao mesmo tempo de aprovação. Que foi que ele disse? "- Não tô nem aí, não saio daqui!".

#$p%u#t#a@q$u%e&p$a#r$i%u, eu juro que tive vontade de encher ele de porrada, mas, como uma menina educada e querida que sou, e no máximo iria conseguir dar uns chutes na canela dele, engoli a raiva e respondi: "- É, infelizmente o que você precisa não vai encontrar no mercado, pois educação, ah, meu filho, isso a gente não encontra à venda". E o cara ficou lá, na minha frente, passando suas compras, e eu, no meu íntimo, torcendo para que o cartão dele estivesse bloqueado para que eu pudesse silenciosamente rir da cara daquele babaca. Mas não aconteceu... E o idiota ainda me olhou como se tivesse razão. Que raivaaaaa!!!

O pior é que as pessoas na fila não fizeram nada além de reclamar baixinho do furão. Poxa!!! Como é que a gente quer que esse país vá pra frente? Temos medo de colocar a cara a tapa e reivindicar os nossos direitos na fila do supermercado imagina frente a esse caos que se encontra o Brasil, com corrupções, escândalos, roubos e mil e uma falcatruas??? A gente fica quietos, deixa as coisas acontecerem e os caras ainda nos olham como se fosse nossa obrigação assistir esse rol de acontecimentos ridículos. Sei lá, às vezes perco a fé na humanidade...

Não sei porque estou escrevendo tudo isso, você que está lendo pode achar tudo uma bobabem, mas na verdade acho que é um desabafo, e ao mesmo tempo uma súplica. Vamos respeitar a fila, por favoooor! Vamos dar a preferência aos mais velhos; dizer obrigado aos garçons; bom dia/boa tarde aos garis, até logo ao porteiro... Classe A, B, C,Y, Z, preto, branco, azul-turqueza, rosa- pitanga, amarelo-canário... Não importa! Todo mundo um dia vai morrer e apodrecer. Seja em caixão de mármore carrara com detalhes em ouro num cemitério jardim, seja em um caixote feito com as sobras da construção do Seu Garcia no cemitério municipal.



Para complementar:
Educação: Afabilidade, agrado, amabilidade, atenção, brandura, civilidade, cordialidade, cortesia, delicadeza, doçura, educação, elegância, fineza, finura, gentileza, lenidade, leniência, lisura, mansidão, meiguice, melindre, polidez, suavidade, trato...

quinta-feira, 20 de março de 2008


Dívidas com o futuro

É incrível, mas a gente só pára pra pensar nas conseqüências de nossos atos depois que já agimos e percebemos que estamos “encrencados”. Sempre foi assim. Quando crianças era genial jogar futebol dentro de casa em dia de chuva. A porta era a goleira e as estantes e seus “bibelôs” eram nossa platéia. Até que... Aquele barulho aterrorizante de vidro quebrando ecoava em nossos ouvidos. O que fazer? Correr? Limpar? Pedir desculpas à mamãe? Dizer que nunca mais vai fazer? Não adianta. Passarão alguns dias e a gente logo esquece da promessa e na primeira tarde de chuva lá estamos nós, novamente. “João sai com a bola, dribla um, dois, três, faz embaixadinha e dá uma bicicleta do seu próprio campo, fazendo um golaço como nunca se viu. Gooooooooooool”. Crash!!! Lá estão os cacos da comemoração. Que sempre é seguido por uma bronca daquelas.

Mas vocês devem estar perguntando: “O que tem a ver um jogo de futebol dentro de casa com o tema da nossa edição de março?” Aparentemente nada, mas se analisarmos bem a fundo, compreenderemos que tem tudo a ver! Nós da Art Concept Decor reservamos esta edição para dividir a nossa preocupação com o futuro dos pingüins-de-barbicha, com o urso panda gigante da China, com o mico-leão-dourado, com o tamanduá-bandeira, entre outros animais que estão sofrendo porque nós, seres “racionais”, estamos destruindo o planeta.

Nunca se falou tanto em sustentabilidade, em garantir que o futuro realmente exista. Mas tudo isso mais parece promessa de uma criança que quebrou um vaso de estimação da mãe. Passam alguns dias e esquecemos o acordo. Enquanto brincamos de preservar, nossos amigos “irracionais” morrem e o futuro de nossos herdeiros vai descendo, literalmente, pelo ralo.
Temos que entender que nós não ganhamos a Terra de nossos pais, que apenas a pegamos emprestada dos nossos filhos. Somos honestos o suficiente para devolvermos a eles nas mesmas condições que recebemos? A mudança começa por nós! Pode parecer pouco, mas já é um belo começo!

(Editorial - Revista Art Concept Decor - Mar/2008)

quarta-feira, 19 de março de 2008



Cheiro de diversão

Minha idéia de diversão fala de um mundo onde todos estampam um sorriso gostoso nos lábios. Um lugar onde a gente pode sentir a vida passar sem se preocupar com a alta ou queda do dólar ou milhares de desabrigados. Um mundo de carinho, compreensão, alegria... A casa do amor, da família, dos milhões de amigos...
É, hoje em dia não é muito fácil de encontrar um mundo assim, a menos que sejamos abduzidos por pequenos moradores de uma outra galáxia, que não estejam buscando fazer experiências com humanos... Mas só porque não é fácil, não significa que é impossível! Viver em paz, em harmonia, em um mundo de diversão é possível sim... Nem que seja aos finais de semana!
E para isso basta um bom corte de carne, carvão e a companhia de quem a gente gosta por perto! Nós gaúchos sabemos muito bem o poder de um delicioso churrasco! Pois o mais importante para nós não é simplesmente o sabor do prato, mas o ritual, a reunião dos amigos, o momento de deixar as preocupações da semana de lado e preocupar-se apenas se o assado está no ponto ou não. Tem coisa melhor que um churrasco suculento em boa companhia?
O meu mundo de diversão é um mundo onde o churrasco é obrigatório, e principalmente possível, independente de etnias, crenças, tradições... Um mundo aonde o cheiro de diversão que vem da casa do vizinho não é invejado, e sim, agradecido, afinal, como escreveu Caio Fernando Abreu “Tudo aos poucos vira dia e a vida – ah, a vida – pode ser medo e mel quando você se entrega e vê, mesmo de longe”.


(Editorial - Revista Art Concept Decor - Fev/2008)

Foto: Binho e Gi fazendo um churras de lingüiça calabresa e pão com alho (era o que tinha no momento)

terça-feira, 18 de março de 2008


Cicatriz no queixo


Quando estou caminhando sozinha, eu fico observando as pessoas e tentando desvendar os mistérios que elas escondem. Isso não tinha graça quando morava em Palmeira, afinal, cidade pequena todo mundo sabe da vida de todo mundo, sabe onde você mora, onde trabalha e a partir daí dá pra antever um pouquinho da vida da população inteira.

Mas aqui em Novo Hamburgo é mais divertido, e instigante também! Você olha pra uma alemoa de 2 metros de altura com uma cicatriz no queixo (porque com a minha altura eu enxergo perfeitamente as cicatrizes no queixo das pessoas) e começa a viajar: ela cortou o queixo fugindo de uma surra da madrasta quando tinha 8 anos; sofreu um acidente de carro onde perdeu o marido e os filhos, mas salvou-se porque estava comendo Doritos; foi sequestrada por uma quadrilha que rouba queixos para fabricar loções rejuvenecedoras... Enfim, surgem inúmeras hipóteses, mas cá entre nós, o que realmente aconteceu normalmente é menos emocionante do que as nossas suposições. Ela simplesmente tropeçou em uma pedra e bateu o queixo, levando três pontos e só! Sem nem ao menos um dente quebrado! Afff... Que monótono!

Sei lá, talvez isso seja um indício de que eu sofro de sérios problemas psicológicos e represento um risco à humanidade, mas a verdade é que eu gosto de histórias inusitadas e acontecimentos extraordinários. Deixa as coisas mais interessantes! E deve ser por eu gostar tanto de singularidades que a minha vida é meio comum! Não me deparo com coisas esdrúxulas diariamente e a minha cicatriz no queixo é resultado de um tombo, e só!

O que me conforta é que devem existir mais pessoas como eu por aí e que a minha cicatriz para elas podem ser o fruto de uma abdução extraterrestre, onde os pequenos seres verdes fizeram pesquisas com o material coletado a fim de descobrir de onde vem a demência dos terráqueos.



segunda-feira, 17 de março de 2008

Brilho próprio

Ah se a gente tivesse sensibilidade suficiente para entender os ensinamentos presentes em cada pequeno gesto da natureza. Se soubéssemos ler a vida, suas cores e aromas. Se entendêssemos que cada raio de sol, cada gota de chuva, cada planta que nasce tem um propósito, assim como cada pessoa que chega ou se despede de nossas vidas.
Diz o sábio que o sol nasceu para todos. Porque algumas pessoas insistem em querer nos fazer sombra? Porque não aprendemos a valorizar os raios do astro-rei que tocam nossas faces ao invés de construir um muro alto e prejudicar a vista do vizinho? Janeiro é o mês em que nossa quilometragem é zerada e nossa viagem em busca da felicidade toma novo fôlego.
Na nossa constelação cada estrela tem o seu brilho próprio, onde o importante não é brilhar mais, mas brilhar sempre! Cada um de nós tem seu brilho especial, sua energia, seus desejos e anseios; e também temos nossos projetos pessoais, nossas aptidões e nossa vocação... Brilhamos e realizamos despendendo toda nossa emoção, nossa habilidade para criar e transformar nossa vida e nosso mundo... Temos nossos atrativos que encantam as pessoas que convivem conosco e aquelas que chegam até nós... Porque apagar o brilho dos outros? Vamos aprender a valorizar os raios de sol que chegam ao invés de invejar os do vizinho e só assim compreenderemos a amplitude da palavra amizade. Vamos sentar à varanda e sentir a brisa tocar a face, enquanto a paz invade o corpo!
Que o astro-rei ilumine nossa vida e aqueça nossos corações que, indiferentes ao efeito-estufa, estão cada dia mais gelados...


(Editorial - Revista Art Concept Decor - Jan/2008)