segunda-feira, 4 de agosto de 2008


Conversa de bêbado

O grau etílico de um grupo de amigos é facilmente identificado pela conversa que rola na mesa de bar, duvida??? Preste atenção em uma mesa onde três ou mais pessoas estão reunidas em torno de alguma garrafa cujo conteúdo possua alguma porcentagem de álcool. É tão certo como o fato de que a primeira ida ao banheiro desencadeia idas posteriores constantes.
Uma garrafa corresponde a um comentário tímido sobre como anda a vida e o que se tem feito nos últimos dias. Duas já deixa os amigos mais íntimos e à vontade para falar do que estão planejando para um futuro próximo, tipo o churrasco da próxima semana, a reforma do banheiro, o situação financeira.
Quatro garrafas precedem uma conversa acanhada sobre os rumos da economia brasileira. Sete já desencadeiam uma pequena discussão sobre os problemas sociais mundiais. Dez garrafas originam discussões desordenadas sobre as soluções para a superpopulação da China e a partir daí, meu filho, salve-se quem puder!
O assunto fica em pauta por umas duas horas, idéias extravagantes, opiniões diversas, ânimos exaltados, tapas na mesa, copos que se viram, e a atenção de todo o recinto se volta para o grupo de filósofos. Mas a fama não dura muito, pois ninguém suporta escutar conversa de bêbado por muito tempo.
Na décima-primeira garrafa ninguém mais se entende. A superpopulação da China ainda é o tema da conversa, sugere-se até cortar o pingolim dos chineses. “Nãããão! Cortar o pingolim é crueldade!”, surge um grunhido da prateleira de salgadinhos. “Quem disse isso?”, “Sei lá”, “Eu não escutei nada” diz o proponete da ação castradora, e continua a explanar sua opinião dando detalhes minuciosos de como deveria ocorrer o ritual de castração e o que deveria ser feito com as toneladas pingolins arrecadadas. Meia caixa de cerveja depois, ninguém mais sabe do que está falando, os experts no assunto ficam burros e emburrados, e como não têm a mínima condição de dirigir, um dos funcionários, preocupado com a integridade dos três amigos, oferece-se para levá-los.
Dizem que era um imigrante chinês cujo pingolim foi terrivelmente cortado por defensores extremistas do controle de natalidade... Mas isso aí eu não acredito.
É conversa de bêbado!

quinta-feira, 19 de junho de 2008


Amar não é...

Muito se fala sobre o amor, palavra complexa que se confunde em um emaranhado de sentimentos. Mas, para definir o que é amar, deve-se ter ciência do que não é amar. Amor não é egoísmo, não é falsidade, muito menos dependência. O amor não dá espaço para dúvidas, não pestaneja, não hesita, não vacila. Às vezes pode até magoar, mas só se esta mágoa puder ser recompensada com beijos, compreensão e muito carinho.
Amar é ter preferência por si e pelo outro. Não apenas pelo outro, muito menos só por si. É querer sentir-se bem mas ter certeza de que este é o bem do outro. Amar não é apoderar-se do outro para satisfazer-se; é o contrário, é doar-se a uma relação para completá-la.
Amar é uma decisão. É muito mais que ser e estar. É poder contar, é querer contar, é sensibilidade, razão, emoção, intuição, compreensão... Neste mês dos namorados, a Art Concept Decor vem apaixonada, repleta de projetos para celebrar o amor, os enamorados... Mas vem principalmente consciente de que o alicerce que sustenta uma relação é formado por sinceridade, fidelidade, bondade, amizade, perdão, companheirismo, respeito, admiração, afeição, dedicação, proteção...
É fácil viver as caricaturas do amor, mas o amor autêntico é exigente.


(Editorial Art Concept Decor - Junho/2008)

quarta-feira, 16 de abril de 2008


Papelão!


Nos últimos dias meu apartamento tem estado imerso em uma bagunça de caixas. São modelos de todos os tamanhos e marcas, que um dia já guardaram desde televisores até bolacha Maria. É aí que fico intrigada, onde estão os donos destas caixas? O que eles tinham em mente quando compraram o produto? Tudo bem, eu sei que quem compra bolacha Maria não compra uma caixa, afinal, elas vão para as prateleiras dos supermercados e as caixas sobram. A maioria delas é desmanchada, empilhada, amarrada para se engolida por uma máquina enorme que irá prensá-la e quando estiverem bem compactadas elas vão ser vendidas para alguma empresa de reciclagem. Vida cruel a delas! Tadinhas!

Já as caixas de eletrônicos, móveis, e artigos não comestíveis normalmente acompanham seu "dono" até em casa, ou na casa da mãe, da vó, da amante... E lá, após terem seu íntimo revelado, são descartadas a algum papeleiro que as avisitará em meio ao lixo. Acho que este é o ápice da vida de uma caixa. O momento em que elas são avistadas por um papeleiro e o sentimento de que "valeu à pena" vem à tona. Elas são cuidadosamente desmanchadas e acomodadas para que essa "mina de ouro" não se estrague, ao menos até o seu "senhor" levá-las ao mestre engolidor de caixas e trocá-las por alguns reais que vão servir para comprar comida, pagar a luz, etc.

Acontece que as caixas que estão no meu apartamento não tiveram o íntimo revelado, nem foram engolidas por máquinas de reciclagem. Elas atravessaram comigo quatro quadras desde a loja onde um amigo conseguiu algumas para mim, até a minha morada, que em breve não será mais minha. Elas pagaram comigo um mico fenomenal, (imagina eu com meu tamanho todo, carregando uma caixa de geladeira pela avenida principal de Novo Hamburgo!!! De salto alto ainda!!!), para quem me viu foi no mínimo divertido, mas não me importo, as caixas eram minhas e eu sabia que elas seriam muito úteis.

Vale lembrar que encontrei alguns papeleiros pelo caminho e eles me vigiaram com um olhar de cobiça, ou melhor vigiaram as caixas. Mas mesmo com um sentimento de caridade tomando conta do meu íntimo não pude dar as caixas à eles, não até serem utilizadas.

O fato é que cheguei em casa e me coloquei a encaixotar minhas tralhas, e Meo Deoooos! Eu tenho tralhas! As coitadas das caixas ficaram deformadas, eu escutei uns gritinhos de socorro mas não dei bola. Foi difícil conseguir aquelas e precisava usufruir a máximo delas.

Agora elas estão lá, no meio da sala, aguardando ansiosas pelo final de semana em que serão conduzidas ao meu novo apartamento. E aí, depois de usá-las, vou pensar se descarto ou não, afinal após nossos momentos de cumplicidade, após elas abrigarem meus segredos, não sei se terei coragem de descartá-las, e deixá-las serem devoradas por um engolidor de recicláveis.

Se fizer, será no lixo em frente ao meu novo apartamento em um lugar visível, onde eu possa, da sacada, vigiar se o novo "dono" irá tratá-las bem!


PS.: Criatividade em alta na arte de Chris Gilmour, ele transforma caixas de papelão, em réplicas fiéis de objetos do dia a dia. Tá aí um destino mais glamouroso às minhas amigas!

segunda-feira, 7 de abril de 2008


Te amo de todo o coração Polaka!

Hoje estava à caminho de Novo Hamburgo, em uma das minhas muitas idas e vindas Nóia - Canoas quando me deparei com um retângulo vermelho na BR 101. Um outdoor repleto de corações com a frase "Te amo de todo o coração Polaka!" estampada. Na primeira vez que li pensei se tratar de um ato ousado de alguma agência de Publicidade, mas logo na segunda leitura (sim, o ônibus estava a 5 km por hora eu pude ler umas 10 vezes!) percebi que não tinha nada a ver com publicidade. Era uma estratégia de conquista de algum apaixonado cuja musa mora ou trabalha por estas bandas.
Nada contra, afinal, toda forma de amor é válida, mas confesso que ao ler o outdoor fiquei no mínimo incucada, pensando o que poderia ter levado o rapaz a tal ato. Como sabemos, ações tão "ousadas" normalmente são motivadas por algo, o término de uma relação, por exemplo.
Aí minha imaginação fluiu....................................
O Sr. Polako ficou inconsolável e resolveu estampar em 3 belos páinéis o seu amor pela Sr. Polaka em uma tentativa desesperada de reconquistar o seu amor. Ou então, o Sr. Polako, após dar fim a uma lista enorme de ações românticas, como tele-mensagem, serenatas, jantares à luz do luar na ilha perdida de Kocornuy, jóias, alianças e afins... Resolveu inovar! Deixou seu amor estampado em 32 retângulos de 4 x 6, fixados por cola branca especial em placas de metal fincadas em um terreno baldio localizado à margem da BR 101. Lindo, não?!
Pieguices à parte, o Sr. Polako merece os parabéns! E a nossa torcida para que consiga atingir seus objetivos, sejam eles quais forem... O amor é lindo não?
Mas eu ressalto: avisem o meu namorado que ele está expressamente proibido de alguma atitude deste tipo, correndo o risco de sofrer censuras obscuras e cruéis!!!
Nada contra os apaixonados de plantão, até porque eu, como mulher e leonina sei muito bem que em meus dias de TPM adoraria algo desse tipo, mas cinco minutos depois estaria arrancando os cabelos de vergonha e, passada esta fase, acharia a coisa mais brega do mundo!
Afinal, como já dizia o poeta: "Consideramos justa, toda forma de amor..."
Mas cá entre nós, eu prefiro muito mais um "eu te amo" nos olhos, um "quero você" de mãos dadas, um "fica comigo" em abraço, ou então um "estou com saudades" no celular... Para mim, soa muito mais intenso e sincero! E assim eu não corro o risco de ver um "Te amo de todo o coração Mariana", ao lado da promoção 3 pelo preço de 1, do motel Sedução, seguido pelo anúncio da churrascaria do Jorjão, antecedido pela manifestação do Sindicato dos Funcionários de Empresas Falidas, correndo o risco de a chuva descolar parte da frase e ela ficar: "Te mo c ana". =/

Sei lá... Este tipo de coisa me assombra!

segunda-feira, 24 de março de 2008



#$p%u#t#a@q$u%e&p$a#r$i%u


Não tem coisa que me deixe mais fula da vida do que falta de educação. #$p%u#t#a@q$u%e&p$a#r$i%u, isso não custa $$, não exige classe social, nem requer escolaridade. Por que tem gente que insiste em ser insolente e mal-educado?

Sábado presenciei uma cena que me deixou muito furiosa... Vocês sabem né, baixinha tem fama de ser briguenta, mas eu juro que desta vez eu tentei resolver amistosamente as coisas antes de tudo, mas não adiantou nem um pouquinho. O cara estava obstinado. Acho que ele acordou neste dia pensando: "- Vou arrumar confusão com uma baixinha no supermercado." E o pior que conseguiu.

Eis que eu após uma luta ferrenha para conseguir fazer minha comprinhas e aproveitar a visita dos meus pais para economizar o dinheiro do táxi - vale ressaltar que era sábado de Aleluia, e 99% da população novo-hamburguense resolveu fazer compras também - minha progenitora e eu resolvemos entrar na fila do caixa.

Para minha surpresa, a fila estava super organizada no corredor dos enlatados, uma fila única conduzia para dois caixas diferentes e as pessoas, super bem-humoradas apesar do cansaço visível se arranjaram de forma a permitir que os demais consumidores que percorriam o mercado conseguissem chegar até os produtos expostos nas prateleiras.
40 minutos de espera, 321654651 trocadas de pernas de apoio e algumas risadas com o menino do carrinho de trás, que estava super ansioso com a chegada do Coelhinho da Páscoa eis que um sujeito metido a bombador, fura a fila!!! Que repulsivo!

Mas a Srta.que vos fala resolveu explicar cordialmente ao rapaz que o final da fila ficava há uns 30 carrinhos atrás. O que ele respondeu? "- Tá e daí?" Ahhhh... Tá e daí??? #$p%u#t#a@q$u%e&p$a#r$i%u!!! Meu sangue ferveu e no exato momento eu cresci uns 30 centímetros de tanta raiva que senti. Mas como sou uma moça educada respondi cordialmente ao transgressor: "- E daí que tem pessoas nesta fila que tem o dobro da tua idade e estão há quase uma hora na fila". Neste exato momento sentia o olhar protetor da minha mãe e ao mesmo tempo de aprovação. Que foi que ele disse? "- Não tô nem aí, não saio daqui!".

#$p%u#t#a@q$u%e&p$a#r$i%u, eu juro que tive vontade de encher ele de porrada, mas, como uma menina educada e querida que sou, e no máximo iria conseguir dar uns chutes na canela dele, engoli a raiva e respondi: "- É, infelizmente o que você precisa não vai encontrar no mercado, pois educação, ah, meu filho, isso a gente não encontra à venda". E o cara ficou lá, na minha frente, passando suas compras, e eu, no meu íntimo, torcendo para que o cartão dele estivesse bloqueado para que eu pudesse silenciosamente rir da cara daquele babaca. Mas não aconteceu... E o idiota ainda me olhou como se tivesse razão. Que raivaaaaa!!!

O pior é que as pessoas na fila não fizeram nada além de reclamar baixinho do furão. Poxa!!! Como é que a gente quer que esse país vá pra frente? Temos medo de colocar a cara a tapa e reivindicar os nossos direitos na fila do supermercado imagina frente a esse caos que se encontra o Brasil, com corrupções, escândalos, roubos e mil e uma falcatruas??? A gente fica quietos, deixa as coisas acontecerem e os caras ainda nos olham como se fosse nossa obrigação assistir esse rol de acontecimentos ridículos. Sei lá, às vezes perco a fé na humanidade...

Não sei porque estou escrevendo tudo isso, você que está lendo pode achar tudo uma bobabem, mas na verdade acho que é um desabafo, e ao mesmo tempo uma súplica. Vamos respeitar a fila, por favoooor! Vamos dar a preferência aos mais velhos; dizer obrigado aos garçons; bom dia/boa tarde aos garis, até logo ao porteiro... Classe A, B, C,Y, Z, preto, branco, azul-turqueza, rosa- pitanga, amarelo-canário... Não importa! Todo mundo um dia vai morrer e apodrecer. Seja em caixão de mármore carrara com detalhes em ouro num cemitério jardim, seja em um caixote feito com as sobras da construção do Seu Garcia no cemitério municipal.



Para complementar:
Educação: Afabilidade, agrado, amabilidade, atenção, brandura, civilidade, cordialidade, cortesia, delicadeza, doçura, educação, elegância, fineza, finura, gentileza, lenidade, leniência, lisura, mansidão, meiguice, melindre, polidez, suavidade, trato...