quarta-feira, 16 de abril de 2008


Papelão!


Nos últimos dias meu apartamento tem estado imerso em uma bagunça de caixas. São modelos de todos os tamanhos e marcas, que um dia já guardaram desde televisores até bolacha Maria. É aí que fico intrigada, onde estão os donos destas caixas? O que eles tinham em mente quando compraram o produto? Tudo bem, eu sei que quem compra bolacha Maria não compra uma caixa, afinal, elas vão para as prateleiras dos supermercados e as caixas sobram. A maioria delas é desmanchada, empilhada, amarrada para se engolida por uma máquina enorme que irá prensá-la e quando estiverem bem compactadas elas vão ser vendidas para alguma empresa de reciclagem. Vida cruel a delas! Tadinhas!

Já as caixas de eletrônicos, móveis, e artigos não comestíveis normalmente acompanham seu "dono" até em casa, ou na casa da mãe, da vó, da amante... E lá, após terem seu íntimo revelado, são descartadas a algum papeleiro que as avisitará em meio ao lixo. Acho que este é o ápice da vida de uma caixa. O momento em que elas são avistadas por um papeleiro e o sentimento de que "valeu à pena" vem à tona. Elas são cuidadosamente desmanchadas e acomodadas para que essa "mina de ouro" não se estrague, ao menos até o seu "senhor" levá-las ao mestre engolidor de caixas e trocá-las por alguns reais que vão servir para comprar comida, pagar a luz, etc.

Acontece que as caixas que estão no meu apartamento não tiveram o íntimo revelado, nem foram engolidas por máquinas de reciclagem. Elas atravessaram comigo quatro quadras desde a loja onde um amigo conseguiu algumas para mim, até a minha morada, que em breve não será mais minha. Elas pagaram comigo um mico fenomenal, (imagina eu com meu tamanho todo, carregando uma caixa de geladeira pela avenida principal de Novo Hamburgo!!! De salto alto ainda!!!), para quem me viu foi no mínimo divertido, mas não me importo, as caixas eram minhas e eu sabia que elas seriam muito úteis.

Vale lembrar que encontrei alguns papeleiros pelo caminho e eles me vigiaram com um olhar de cobiça, ou melhor vigiaram as caixas. Mas mesmo com um sentimento de caridade tomando conta do meu íntimo não pude dar as caixas à eles, não até serem utilizadas.

O fato é que cheguei em casa e me coloquei a encaixotar minhas tralhas, e Meo Deoooos! Eu tenho tralhas! As coitadas das caixas ficaram deformadas, eu escutei uns gritinhos de socorro mas não dei bola. Foi difícil conseguir aquelas e precisava usufruir a máximo delas.

Agora elas estão lá, no meio da sala, aguardando ansiosas pelo final de semana em que serão conduzidas ao meu novo apartamento. E aí, depois de usá-las, vou pensar se descarto ou não, afinal após nossos momentos de cumplicidade, após elas abrigarem meus segredos, não sei se terei coragem de descartá-las, e deixá-las serem devoradas por um engolidor de recicláveis.

Se fizer, será no lixo em frente ao meu novo apartamento em um lugar visível, onde eu possa, da sacada, vigiar se o novo "dono" irá tratá-las bem!


PS.: Criatividade em alta na arte de Chris Gilmour, ele transforma caixas de papelão, em réplicas fiéis de objetos do dia a dia. Tá aí um destino mais glamouroso às minhas amigas!

segunda-feira, 7 de abril de 2008


Te amo de todo o coração Polaka!

Hoje estava à caminho de Novo Hamburgo, em uma das minhas muitas idas e vindas Nóia - Canoas quando me deparei com um retângulo vermelho na BR 101. Um outdoor repleto de corações com a frase "Te amo de todo o coração Polaka!" estampada. Na primeira vez que li pensei se tratar de um ato ousado de alguma agência de Publicidade, mas logo na segunda leitura (sim, o ônibus estava a 5 km por hora eu pude ler umas 10 vezes!) percebi que não tinha nada a ver com publicidade. Era uma estratégia de conquista de algum apaixonado cuja musa mora ou trabalha por estas bandas.
Nada contra, afinal, toda forma de amor é válida, mas confesso que ao ler o outdoor fiquei no mínimo incucada, pensando o que poderia ter levado o rapaz a tal ato. Como sabemos, ações tão "ousadas" normalmente são motivadas por algo, o término de uma relação, por exemplo.
Aí minha imaginação fluiu....................................
O Sr. Polako ficou inconsolável e resolveu estampar em 3 belos páinéis o seu amor pela Sr. Polaka em uma tentativa desesperada de reconquistar o seu amor. Ou então, o Sr. Polako, após dar fim a uma lista enorme de ações românticas, como tele-mensagem, serenatas, jantares à luz do luar na ilha perdida de Kocornuy, jóias, alianças e afins... Resolveu inovar! Deixou seu amor estampado em 32 retângulos de 4 x 6, fixados por cola branca especial em placas de metal fincadas em um terreno baldio localizado à margem da BR 101. Lindo, não?!
Pieguices à parte, o Sr. Polako merece os parabéns! E a nossa torcida para que consiga atingir seus objetivos, sejam eles quais forem... O amor é lindo não?
Mas eu ressalto: avisem o meu namorado que ele está expressamente proibido de alguma atitude deste tipo, correndo o risco de sofrer censuras obscuras e cruéis!!!
Nada contra os apaixonados de plantão, até porque eu, como mulher e leonina sei muito bem que em meus dias de TPM adoraria algo desse tipo, mas cinco minutos depois estaria arrancando os cabelos de vergonha e, passada esta fase, acharia a coisa mais brega do mundo!
Afinal, como já dizia o poeta: "Consideramos justa, toda forma de amor..."
Mas cá entre nós, eu prefiro muito mais um "eu te amo" nos olhos, um "quero você" de mãos dadas, um "fica comigo" em abraço, ou então um "estou com saudades" no celular... Para mim, soa muito mais intenso e sincero! E assim eu não corro o risco de ver um "Te amo de todo o coração Mariana", ao lado da promoção 3 pelo preço de 1, do motel Sedução, seguido pelo anúncio da churrascaria do Jorjão, antecedido pela manifestação do Sindicato dos Funcionários de Empresas Falidas, correndo o risco de a chuva descolar parte da frase e ela ficar: "Te mo c ana". =/

Sei lá... Este tipo de coisa me assombra!